
Minha alma grita de saudade
daquilo que jamais pôde ter.
Como posso ter saudade do que não tive?
Quem pode entender os caprichos do coração?
Isso não era para ser uma pergunta.
É mais uma exclamação que exprime a certeza
de que somos passageiros de um trem sem freio,
quando se trata de amar a pessoa errada,
ou melhor, a pessoa certa, no momento e lugar errado.
Eu rio de mim mesmo e da audácia
que uma parte do meu cérebro teima
em escolher as flores mais bonitas.
Isso parece natural quando se trata de flores.
Mas não quando são pessoas.
Pois pessoas não são flores.
Ainda que algumas sejam tão bonitas
e interessantes quanto.
Todo mundo devia saber
que as flores mais bonitas são mais raras,
mais caras, mais sensíveis e
tem sempre alguém
que quer ser seu dono.
Ah, a paixão!
Estou por descobrir como tudo acontece!
Quando se começa a querer alguém
é como viajar na velocidade da luz.
Em um momento estamos aqui,
segundos depois, já estamos a milhões de quilômetros
viajando… na maionese… Ri-me disto!
Até o tempo parece passar mais rápido pra quem ama.
O problema é que quem se apaixona,
nem sempre traz o seu amor nesta viagem,
e na maioria das vezes, a paixão, é uma viagem solitária.
O foguete da paixão, quase sempre,
só tem lugar pra um passageiro.
Amar, algumas vezes, é uma viagem sem volta.
Mas, suponho que o sortudo que encontrar o seu amor
no momento quântico exato do tempo e do espaço,
o tem para sempre, ou não! Sei lá! Quisera fosse assim!
Não entendo muita coisa de teoria quântica.
Mas lembro de que aquela partícula só se move
quando a gente não está olhando pra ela.
Parece que o amor também é assim:
só acontece quando não o estamos querendo de verdade.
Quando o desejamos tanto,
ele simplesmente não dá sinais de vida!
Vai entender…
Então parece que parar
de ficar olhando tanto pro lado
dá algum resultado,
e deixar rolar ainda é a melhor solução.
Pois se calcular a velocidade de partículas subatômicas
é algo extremamente complicado,
imagine tentar entender o amor.